7 de março de 2017

Comportamento dos Aterros quando da Disposição de Resíduos do Tratamento Mecânico-Biológico

Landfill Behaviour when Disposal of Residues  from Mechanical Biological Treatment


RESUMO
O tratamento de resíduos sólidos urbanos (RSU) antes da disposição nos aterros, transforma completamente, a longo prazo, o comportamento físico e químico dos resíduos depositados em relação aos resíduos in natura (fresco). Em consequência das diferentes propriedades dos materiais, a densidade de aterramento poderá aumentar, a estabilidade do talude poderá ser reduzida e o volume do chorume e o carregamento de base do aterro também serão reduzidos, e também poderá ocorrer contaminação por escoamento superficial provenientes das áreas de disposição. Desde o ano de 2005, na Alemanha, a disposição em aterros é permitida apenas para os resíduos tratados – desta forma enfatiza-se a aplicação do tratamento mecânico-biológico de resíduos (TMB). Este artigo, a princípio, irá descrever a qualidade dos resíduos a serem dispostos em aterros resultante do cumprimento dos requisitos da Portaria Alemã DepV de Aterro (ALEMANHA, 2013). Serão explicadas as consequências em decorrência das mudanças nos padrões físicos, químicos e biológicos. Além dos padrões físicos, as emissões resultantes da disposição de resíduos também serão ilustradas com base nas medições realizadas em área demarcada para estudo durante um período de três anos. Possíveis novos conceitos serão apresentados e discutidos. Um panorama dos efeitos desses novos cenários na operação do aterro que influenciam os custos de operação também será discutido.
Palavras-chave: Aterro. Tratamento mecânico-biológico. Resíduos. Custos. Operação.

ABSTRACT
The treatment of municipal solid waste (MSW) before disposal on landfills changes completely the physical and chemical long-term behaviour of the deposited waste material compared to fresh waste. As a consequence of the different material properties, the emplacement density will increase, the slope stability reduced and the leachate volume and load at the base of the landfill will also be reduced, but at the same time contaminated surface runoff from the emplacement areas may be generated. Since the year 2005 in Germany only treated waste – here mechanical-biological treated waste (MBT) are only looked at – is allowed to be deposited on landfills. The following paper describes at first the product quality of the wastes to be landfilled resulting from the fulfilment of the requirements of the German Landfill Ordinance DepV (GERMANY, 2013). The consequences of the change of the physical, chemical and biological behaviour of the deposited waste are explained. Besides the physical behaviour also the emissions resulting from disposal are illustrated on the basis of measurement made on a test area with fixed boundary conditions over a period of three years. New possible concepts are presented and discussed. In a short out look the effect of these new scenarios in landfill operation on the costs for operation is shown.
Keywords: Landfill. Mechanical and biological treatment. Residues. Costs. Operation.

1 INTRODUÇÃO

A implementação da Portaria de aterros sanitários na Alemanha, a partir de junho de 2005, restringiu a disposição final, em aterros sanitários, apenas aos resíduos tratados. As características físicas, químicas e biológicas dos resíduos, em comparação com os resíduos dispostos anteriormente, são parcialmente alteradas, fundamentalmente, de acordo com o tratamento aplicado. Prévias experiências dos últimos trinta anos com a operação de aterros sanitários demonstraram que os padrões dos resíduos durante a disposição e após essa etapa também são diferentes em muitos aspectos. Isto está relacionado ao material gerado tanto do tratamento de resíduos pelo processo térmico como o mecânico-biológico. A seguir, somente os resíduos provenientes do tratamento mecânico-biológico serão considerados, pois na Alemanha as escórias resultantes da incineração de resíduos são quase que totalmente utilizadas para a construção de estradas.

Na Portaria alemã de aterro são fornecidos os critérios de alocação de resíduos para diferentes classes de aterros sanitários. Resíduos provenientes do TMB devem ser dispostos em aterros que atendam aos requisitos exigidos pela classe II de aterro, ou seja, a mesma classe de aterro para os RSU. Os critérios de classificação dos materiais do TMB estão listados no Anexo 3 da Portaria.

Além de um grande número de critérios para a avaliação da estabilidade química, o Anexo 3 inclui parâmetros exclusivos para o tratamento mecânico-biológico (Tabela 1). Com esses parâmetros – chamados de “parâmetros de estabilidade” – a redução de emissão do material de TMB é garantida. Outro grupo de valores-limite tem por objetivo o incentivo para a reutilização de produtos de poder valor calorífico, chamados “parâmetros de utilização”. Com este parâmetro é assegurado que a maior parte do material como plástico, madeira etc., seja separada para ser utilizado na produção de energia, e que a matéria orgânica restante seja de origem biológica inativa.

Tabela 1 – Parâmetros de estabilidade e de utilização para os materiais do TMB

Parâmetro de estabilidade
Parâmetro de utilização

RI4: 5 mg/g MS
ou
GB21 20 l/kg MS
DOCEluate 300mg/l

Valor calorífico superior
Ho
6.000 kJ/kg MS
ou
TOCSolid  18-% em MS (massa seca)

Fonte: Technische Universität Braunschweig Leichtweiß-Institut.

Após o tratamento mecânico-biológico e o cumprimento dos valores requeridos, os materiais do TMB geralmente apresentam as características listadas na Tabela 2.

Tabela 2 – Características do material proveniente da planta de TMB

Tamanho do material 
~ < 40 to 60 mm
Teor de água
~ 35% em WM
Teor de matéria orgânica
~ < 31% em MS
Potencial de gás residual
< 10 to 45 m³/Mg MS
Fluxo de gás residual
< 3 l CH4/m2 x h
Potencial de oxidação do metano
de materiais do TMB
10 to 20 l CH4/m2 x h

Fonte: Technische Universität Braunschweig Leichtweiß-Institut.

2 PROPRIEDADES FÍSICAS

O tratamento mecânico influencia significativamente os aspectos mecânicos dos resíduos tratados a serem aterrados.

2.1 Comportamento Mecânico

Os valores obtidos para a densidade de aterramento, os recalques resultantes, a estabilidade e o comportamento hidráulico são diferentes daqueles identificados durante o aterramento de RSU frescos. 

2.1.1 Densidade da massa

O tratamento mecânico de resíduos pode ter dois efeitos contrários na densidade dos resíduos. Por um lado, a densidade de armazenamento aumenta através da remoção dos materiais leves e, e por outro lado, pela separação de impurezas “pesadas” (metais, pedaços de concreto etc.) em princípio, a densidade será reduzida. A Tabela 3 mostra a variação das densidades de massa através do tratamento mecânico-biológico de diversos resíduos. Deve ser observado que a diferença no teor de água pouco influencia nos valores das densidades.

Tabela 3 – Mudanças de densidade segundo aspectos volumosos
através do tratamento mecânico-biológico de resíduos

Tamanho do material
[mm]
RSU
[Mg/m3] (FM)
TMB
[Mg/m3] (FM)
< 30
0,75
0,67 – 0,76
< 40
0,50
0,70 – 0,90
< 80
0,50
0,97 – 1,00
Sem triagem
0,80
0,65

Fonte: Turk (1998).

2.1.2 Densidade de aterramento

A estrutura do material proveniente do TMB a ser disposta nos aterros é influenciada pelos limites exigidos pela Portaria do aterro. Para que se possa atender aos valores limites firmados para o poder caloríficos e o teor de carbono orgânico total (COT) é necessário um peneiramento inferior a 60 ou 80 mm. A distribuição de diferentes tamanhos de materiais vai ficando mais homogênea e o material total vai tornando-se mais fino. Devido ao fato de que a fração grosseira separada consiste, na sua maior parte, de partículas leves, como por exemplo, plásticos finos e madeira, a densidade de disposição do material processado por meio do TMB é maior quando comparada com a dos resíduos frescos.

Um critério decisivo para a construção e operação de um aterro sanitário é a densidade de compactação que se pode atingir na prática. A determinação da densidade de compactação em testes de campos, de acordo com a GDA, segundo recomendação da E 3-13 (DGGT, 1997), demanda um consumo de tempo e de recursos financeiros. Consequentemente, a densidade de compactação é, com frequência, determinada antecipadamente com a ajuda do teste geotécnico de Proctor. Esse teste permite uma rápida avaliação do alcance da densidade de compactação, sob condições comparativas do teste. Através desse método, a determinação antecipada do teor de água pode ser realizada, cuja qual deve ser ajustada durante o tratamento de resíduos a fim de se obter uma densidade de aterramento ideal.

Os valores do teste de Proctor, no que diz respeito à melhoria das condições de aterramento, permitem que se tenha uma ideia melhor se as características dos resíduos a serem depositados no aterro podem ser sensíveis ao incremento das condições de compactação. As características serão toleráveis caso não sejam usados os padrões de análises químicas. A relação entre o diâmetro máximo das partículas de resíduos e os diâmetros do cilindro de Proctor deve ser levada em consideração quando se realizam ensaios de Proctor. Então, via de regra, o tamanho máximo de grão de resíduos de 60 mm não deve ser ultrapassado quando for utilizado um cilindro de Proctor com um diâmetro de 250 mm.

A Figura 1 ilustra densidades de Proctor determinadas a partir de diferentes resíduos tratados pelo TMB. Em relação a estes valores, deve ser lembrado que a densidade Proctor sempre se refere à matéria seca (MS), ao contrário da densidade de aterramento, na qual, a matéria fresca é geralmente usada como referência, condição esta também válida para a indicação do teor de umidade. As densidades de Proctor para resíduos aerobicamente estabilizados encontram-se no intervalo de 0,70 a 1,20 Mg/m3 (MS), levando em consideração que os materiais provenientes do tratamento anaeróbio tendem a apresentar as densidades de Proctor menores, e são mantidos na faixa de valores inferiores.

Figura 1 – Densidade de Proctor e teores de umidades associados aos materiais provenientes do TMB

Water content [M-% WS] ⇒ Teor de umidade [M-% WS]
Proctot density [Mg/m³] ⇒ Densidade de Proctor [Mg/m³]

Fonte: Elaborado pelos autores.

As densidades de aterramento que podem ser atingidas na prática podem ser diferentes da densidade de Proctor. Densidades maiores podem ser atingidas durante a disposição de resíduos nos aterros (Tabela 4). Entre outras razões, o motivo está nos testes realizados no laboratório, onde a carga é aplicada na forma de placa, o que é contrário à prática operacional do aterro, na qual os resíduos são colocados em um compactador ou trator de esteira, o que resulta em um efeito de trituração adicional, ou seja, as partículas de resíduos são deslocadas horizontalmente para o outro lado, resultando em uma tensão adicional. Esses efeitos podem ser repetidamente observados durante o aterramento de materiais provenientes do TMB, em área de teste, onde os resíduos são dispostos por meio de um trator de esteira e compactados com rolo dinâmico. As densidades de aterramento medidas nos testes de campo por meio de um método de substituição de volume, foram de 25% maior que as densidades previamente determinadas pelo teste de Proctor. Nos casos em que os teores de umidade foram maiores que o ideal, menores densidades de aterramento foram atingidas.

Tabela 4 – Comparação entre as densidades de deposição atingidas – Proctor e teste in-situ

Tratamento
Material
[mm]
Proctor
Teste de Campo
Densidade
[Mg/m³]
TA
[%]
Densidade
[Mg/m³]
TA
[%]
Aeróbio
Ma < 25
0,91
31
0,78 – 0,97
38 – 40
Me < 60
0,97
25
1,17 – 1,45
33 – 35
Wh < 60
0,96
31
0,92 – 0,97 (-1,12)
38
Anaeróbio/
Aeróbio
Bu < 60
0,87
33
0,85 – 1,08
30
Nh < 60
0,92
35
0,67 – 1,09
22 – 42

Fonte: Technische Universität Braunschweig Leichtweiß-Institut.

O incremento das densidades de aterramento pode causar o aumento de carga na construção dos aterros. Altas densidades de aterramento geram altas tensões na base dos aterros. A base do aterro (fundação), e a impermeabilização de base, assim como o sistema de drenagem de chorume, devem ser dimensionados para cargas mais elevadas. O dimensionamento da base do aterro deve garantir a funcionalidade da impermeabilização e do sistema de drenagem do chorume, caso apareçam recalques maiores. As cargas maiores também devem ser consideradas, quando equipamentos técnicos, como, por exemplo, poços verticais de gás e de chorume ou a construção de obras de poço são dimensionados. Se necessário, a altura máxima do aterro deve ser ajustada.

2.1.3 Recalques

Recalques são causados pela pressão de carregamento e também por meio da degradação microbiana da matéria orgânica presente na massa aterrada. Com a combinação da alta densidade com a degradação preliminar da matéria orgânica, resultante do tratamento biológico, espera-se que os recalques nos aterros de TMB sejam consideravelmente reduzidos e mais homogêneos, em comparação com os aterros de RSU. Até o momento, quase nenhum dado relacionado a recalques em aterros – nos quais os resíduos provenientes de TMB são exclusivamente aterrados – está disponível.

Entretanto, inúmeras medições foram realizadas em RSU frescos. Os níveis de recalque total em um corpo de aterro que podem atingir valores até 40% (KÖLSCH, 1994), ou respectivamente de até 20% da altura inicial (WIEMER, 1982), demonstraram uma vasta gama de diferentes valores. É preciso lembrar que essas medições foram, muitas das vezes, realizadas após o encerramento da operação do aterro sanitário, e que, portanto, os recalques durante a operação do aterro não foram registrados por completo.

A determinação do recalque em escala laboratorial é realizada analogamente com os testes de mecânica dos solos, e dessa forma, o tamanho máximo de grãos em relação ao teste de implemento usado, também deve ser considerado. Testes de Oedomêtro de RSU antigos (JESSBERGER; KOCKEL, 1993) com diferentes cargas verticais mostraram um recalque total de aproximadamente 35% da altura inicial. Este recalque foi causado apenas pela carga, pois devido à idade dos resíduos, não ocorreram processos biológicos.

Testes de comparação vêm sendo realizados no Instituto Leichtweiß com materiais provenientes do TMB (Figura 2). O material Re < 8 foi depositado com uma densidade de 0,95 Mg/m3, e material Pi < 30 com 1,20 Mg/m3. Três cargas verticais foram aplicadas em ambos os testes e o período de recalque foi determinado. Os dois testes mostraram um recalque menor que 50%, que foram medidos com uma carga vertical similar com os resíduos antigos não tratados. As medições adicionais deixaram claro que uma boa compactação dos resíduos durante o aterramento (Pi < 30), definitivamente influencia na intensidade dos futuros recalques. Uma baixa densidade de aterramento pode ser mais tarde ligeiramente melhorada, e apenas por meio de altas sobrecargas, mas será sempre menor quando comparada a um grau ótimo de compactação. Ambos os testes mostram que após o término das medições, os recalques não foram interrompidos. Um teste de Oedomêtro a longo prazo, realizado durante dezoito meses no Instituto Leichtweiß, mostrou que há a ocorrência de movimentação nos resíduos, de modo que os próximos recalques ocorram em baixa intensidade.

Recalques causados pela degradação microbiana também irão ocorrer em resíduos provenientes do TMB, entretanto, considerando-se a taxa de produção de gás residual de 10 – 45 m3/Mg (MS), o valor máximo de recalque e respectivamente de redução de volume, é de aproximadamente 4,5%, como resultado da degradação da matéria orgânica, de acordo com Müller et al. (1998). O recalque de RSU frescos, causado pela biodegradação deve ser da mesma ordem de magnitude do recalque causado por cargas verticais (STAUB, 2010).

Como consequência da construção e operação de aterros, uma maior homogeneidade múltipla dos resíduos irá diferentes níveis de recalques, o que acima de tudo, poderá levar a danos nos equipamentos técnicos (por exemplo: tubos, eixos) de aterros operados de forma convencional. Além disso, após a conclusão de uma célula de aterro, um sistema final de impermeabilização da superfície poderá ser aplicado mais cedo. E ainda, esforços para as medições de recalques durante a fase de encerramento e manutenção posterior serão nitidamente reduzidos.

Figura 2 – Curvas de tempo de recalques de testes de compressão
em larga-escala com materiais provenientes de TMB
Time [h]  ⇒  Tempo [h]         Settlement [%]  ⇒  Recalque [%]

Fonte: Technische Universität Braunschweig Leichtweiß-Institut.

2.1.4 Estabilidade

As menores partículas dos resíduos provenientes do TMB a serem enviadas ao aterro – em comparação com os RSU frescos – sofrem uma clara mudança nas suas propriedades mecânicas, o que influencia na estabilidade.

A percentagem de elementos como fibras e plásticos filme, que é capaz de suportar tensões de tração, está na faixa acima de 25 peso-% nos RSU frescos. A tensão de tração suportável com um ângulo de tensão de tração interna de aproximadamente 30 – 35% é correspondentemente elevado. O ângulo de atrito interno é de aproximadamente 30°.

Se apenas o tratamento biológico é aplicado, o ângulo de atrito aumenta em cerca de 5°, enquanto que o ângulo de tensão interna se mantém inalterado.

Em uma separação adicional da fração grossa, com um corte de aproximadamente 60 – 100 mm, a porção de elementos capazes de suportar forças de tração reduz claramente para 25%. Os ângulos de esforço de tensão interna são reduzidos para aproximadamente 15°. Valores um pouco maiores que 35 – 38° foram determinados para o ângulo de atrito interno.

As maiores mudanças nos parâmetros de estabilidade ocorrem com o peneiramento fino posterior adicional < 60 mm, o que é exigido pela diretriz DepV. A triagem reduz a porção de elementos de reforço fibrosos para < 5%, de modo que a resistência à tração seja quase que totalmente perdida. Pode haver o rastreamento devido ao fato de que os componentes menores dos resíduos causam a principal parte do atrito interno.
A coesão não é influenciada pela variação do tratamento e eleva-se a ~ 15 kN/m2.

A estabilidade do corpo de aterro é claramente reduzida pela disposição de partículas finas de componentes dos resíduos. A quantidade de elementos de reforço em tensão de tração é reduzida e seguida por uma diminuição da estabilidade do corpo de aterro.

A alteração dos parâmetros de cisalhamento tem um efeito direto sobre a estabilidade do corpo de aterro. Na prática, encostas de aterros de RSU não tratados, com um ângulo maior do que 1:1 (ângulo de inclinação > 45°) podem ser observadas e são estáveis ao longo dos anos. No quadro da aplicação de uma cobertura de superfície, dependendo do sistema de impermeabilização, as encostas são achatadas (camada mineral + geomembrana < 18°; estrutura de geomembrana em relevo: < 30°). Experiências práticas em aterros sanitários que foram construídos exclusivamente com material proveniente de TMB, não estão disponíveis. Cálculos de estabilidade provam que os gradientes de inclinação de aproximadamente 1:3 mostram uma estabilidade suficiente a longo prazo. Declives mais acentuados podem ser observados nos taludes se o caso individual for provado com base nos testes de laboratório com os materiais presentes e com os cálculos de estabilidade.
A prática de disposição de resíduos demonstra que – sob condições desfavoráveis, cujas quais estão geralmente relacionadas com o alto teor de umidade nos resíduos (como por exemplo, chuvas fortes, compactação ruim, sistema de drenagem inadequado) – a estabilidade dos aterros sanitários fica altamente ameaçada. O principal problema é acertar no grau de saturação correto para o cálculo da estabilidade. Testes realizados em escala laboratorial com resíduos de TMB mostraram que o alto teor de umidade, relacionado com a saturação de água, leva a redução da força de cisalhamento. Como consequência, o talude do aterro pode ser reduzido cerca de 20% (BAUER; MÜNNICH; FRICKE, 2009; MÜNNICH; BAUER; FRICKE, 2010). Este fato deve ser considerado, tanto sob condições in situ, como durante a fase de operação, quando a precipitação pode se infiltrar na massa do aterro.

Além disso, testes realizados com material TMB que tenha teor de água em condição saturada, mostram que sob condições desfavoráveis, o fator de segurança nos cálculos de estabilidade pode ser reduzido devido ao excesso de pressão da água nos poros (MÜNNICH; BAUER; FRICKE, 2007). As razões para este efeito são a alta densidade de aterramento, os poros pequenos e a baixa permeabilidade dos resíduos do TMB. Particularmente, após a rápida aplicação de altas cargas verticais (por exemplo: compactação) o excesso de água nos poros pode não ser mais insignificante. Dependendo dos resíduos materiais e as condições de limitação hidráulica, pode ocorrer a elevação ao excesso máximo de pressão da água nos poros, dependendo da permeabilidade, o que pode durar por um longo período de tempo.

2.2 Comportamento Hidráulico

O tratamento mecânico e a alta densidade de aterramento influenciam o comportamento hidráulico dos resíduos a serem dispostos em aterros. Na maioria dos casos o único parâmetro considerado é a condutividade hidráulica saturada (valor k). O GDA recomenda os valores de 10-3 a 10-6 m/s para RSU frescos e valores de 10-6 a 10-9 m/s para resíduos de tratamento mecânico-biológico.

O valor-k descreve somente o deslocamento inadequado da água no corpo do aterro, uma vez assumido que, com a determinação do valor-k, o espaço poroso está completamente preenchido com água. Esta situação existe no aterro – se não em todos – somente naquelas áreas onde o fluxo de chorume é bloqueado ou perto da superfície, como resultado da precipitação.

Em geral – mesmo com uma alta densidade de aterramento e com um conteúdo de água ideal – o volume dos poros no aterro é apenas parcialmente saturado com água, pois a parte residual do espaço dos poros é preenchida com gás. Isto significa que uma condutividade insaturada, dependendo da saturação de água dos resíduos, irá surgir no corpo do aterro, que é, de qualquer forma, uma taxa inferior à condutividade hidráulica saturada. Testes de laboratório e alguns cálculos mostraram que, por exemplo, com a diminuição do teor de água para 10 vol-%, a condutividade hidráulica diminui em mais de uma ordem de grandeza (MÜNNICH, 1999).

Nos últimos anos, uma série de testes com resíduos de TMB tem sido realizada em escala laboratorial. Os resultados de diferentes autores indicaram que, mesmo com os resíduos de TMB, os valores determinados podem variar muito (Figura 3). Nos casos em que dois valores são dados para o mesmo material, as diferenças entre as permeabilidades devem ser atribuídas à densidade de aterramento alcançada individualmente. Através da otimização da densidade de aterramento, a condutividade hidráulica pode, possivelmente, ser reduzida em várias ordens de magnitude. Ao contrário do que os fundamentos da mecânica dos solos descrevem, resíduos de menores dimensões, não causam uma redução da condutividade hidráulica. A razão pode ser devida ao fato de que as partículas mais grosseiras têm uma parcela crescente da placa ou componentes de forma plana (filmes etc.), na qual, uma camada de aterramento estratificada leva à deficiência maciça dos movimentos de água verticais.

Os valores mostram que, em comparação com RSU frescos – o que de acordo com a literatura variam de 10-4 a 10-8 m/s –, uma redução distinta é possível, entretanto, não deve ser automaticamente assumida.

Considerando-se a prática no aterro, deve ser lembrado que os testes em laboratório são normalmente realizados em ensaios de coluna ou triaxiais, ou seja, a condutividade hidráulica unidimensional vertical dos resíduos é determinada. A anisotropia do material tratado a ser disposto em aterro, em comparação com RSU frescos, é claramente reduzida pelo tratamento mecânico-biológico de resíduos, mas ainda há a presença de componentes planos remanescentes (filmes), que podem afetar explicitamente o padrão de fluxo do chorume. Dependendo do tamanho máximo do grão, a porção de volume dos componentes planos, juntamente com a densidade de aterramento dos resíduos, a relação de khorizontal/kvertical na faixa de 1 a 250 pode ser determinada por meio de testes em laboratório (MÜNNICH et al., 2005).

O baixo potencial de formação de gás ainda continua, apesar de que a estabilização influencia a condutividade hidráulica após o aterramento de material do TMB. A liberação de metano e dióxido de carbono interfere na circulação de água, cuja qual pode ser completamente interrompida. Este efeito pode ser observado principalmente em gradientes hidráulicos baixos, típicos para a situação na qual se encontra o aterro. Um aumento do gradiente, como muitas vezes apura-se para células triaxiais, leva a uma mobilização e à descarga do gás junto com a água (MÜNNICH et al., 2005).

Figura 3 – Condutividade hidráulica saturada do material proveniente do TMB
MBT (according to GDA recommendation) ⇒ TMB (de acordo com as  recomendações GDA)
Fresh waste (according to GDA recommendation) ⇒ Resíduos frescos (de acordo com as  recomendações GDA)

Fonte: Technische Universität Braunschweig Leichtweiß-Institut.

3 OPERAÇÃO E CONTROLE DE ATERROS SANITÁRIOS

As técnicas e os equipamentos empregados para a disposição final tradicional irão sofrer modificação significativa devido ao tratamento mecânico. O tratamento biológico influência fortemente as características qualitativas e quantitativas das emissões líquidas e gasosas.

3.1 Tecnologia de Aterramento

Mudanças significativas de padrão de aterramento, quando comparado ao aterro de RSU fresco, podem ser identificadas nos aterros de material tratado do TMB, principalmente no que se refere a construção e operação do aterro, devido a diminuição da massa a ser aterrada e as alterações das propriedades físicas dos resíduos.

O transporte dos resíduos para as células já não é mais conduzido por meio de veículos tradicionais de coleta. Os veículos pertencentes ao aterro podem transportar resíduos provenientes do TMB até a área de aterro. Dessa forma, os requisitos exigidos para a conclusão das estradas no aterro, como também o desgaste dos veículos de coleta, poderão ser consideravelmente reduzidos.

A estrutura homogênea e as partículas dos resíduos do TMB de menores espectros a serem depositadas, exigem requisitos extras para a disposição em aterro, o que até então era desconhecido. O rompimento e a homogeneização dos resíduos, que é, por exemplo, uma tarefa essencial dos compactadores utilizados até agora, serão omitidos. A principal função futura da unidade de aterramento será a compactação de todos os resíduos e, possivelmente, a de criação de uma superfície mais suave.

A baixa permeabilidade hidráulica dos resíduos deriva em uma menor precipitação da água que se infiltra nos resíduos. Isto pode acarretar um esforço operacional diário, devido ao fato de que, durante as fortes chuvas as áreas de disposição ficam intransitáveis, assim como, a água atinge as proximidades da superfície dos resíduos levando à formação de uma polpa de consistência macia na superfície. Deve-se examinar se a camada inferior de resíduos, que está disposta diretamente sobre a camada de drenagem, deve ser submetida apenas a uma baixa densidade. Com uma espessura de 1,5 a 2 m pode-se supor que, na sequência de uma nova disposição no aterro, a subsequente compacidade desta camada continuará pequena. Esta camada tem a função de conduzir o chorume resultante mais rapidamente para a camada de drenagem do sistema. Pesquisas relacionadas à estabilidade do filtro dos materiais do TMB mostraram que a produção de material fino a partir dos resíduos é muito baixa, de modo que nenhuma camada de filtro de geotêxtil deve ser aplicada entre os resíduos e a camada de drenagem.

Os resíduos devem ser depositados na superfície do aterro com uma inclinação de 5-10%. Inclinações muito menores que o percentual citado devem ser evitadas, de modo que o fluxo da superfície não seja comprimido após a precipitação. E da mesma forma, inclinações muito maiores podem conduzir a problemas com a transitabilidade dos veículos de compactação. A distribuição dos resíduos na área do aterro por meio de um compactador ou uma carregadeira de rodas pode fazer com que o equipamento fique preso quando a superfície estiver molhada. Neste caso, a distribuição deve ser feita com um trator de esteira. Os resíduos podem ser aplicados com um trator de esteira até uma altura de camada de 50 cm (antes da compactação). Camadas maiores devem ser evitadas, caso contrário não será garantida que após a compactação a densidade de aterramento necessária será atingida.

A compactação da camada de resíduos deve ser efetuada com um rolo vibratório. Os usos de rolos de tambor provaram ser adequados quando os materiais de TMB forem compactados. Quando se utiliza um rolo liso, deve ser considerado que o desempenho da compactação é um pouco menor e que inclinações da superfície maiores podem causar problemas com a tração. Uma combinação de ambos os tipos de compactação pode tornar-se necessária em relação à minimização da formação de chorume. O aprofundamento causado após a passagem, por exemplo, através do uso de um rolo pé-de-carneiro, pode levar a uma melhoria da interligação entre as camadas de resíduos (Figura 4); entretanto, quando há precipitação, ocorrerá uma maior formação de chorume. Através da combinação com um rolo liso, o aprofundamento pode ser vedado. Antes da aplicação de uma nova camada de resíduos, a superfície deve ser novamente preparada, a fim de se permitir a interação entre as camadas, assegurando-se assim, a estabilidade do corpo de aterro.

As múltiplas passadas para fins de vedação dos espaços vazios podem ser reduzidas em comparação com o aterramento de resíduos frescos, e presume-se que três passadas são suficientes para atingir a densidade de aterramento exigida.

Figura 4 – Superfície depois da passada com rolo pé-de-carneiro (à esquerda) e
a suavização da superfície após a passagem de um rolo liso
Fonte: Technische Universität Braunschweig Leichtweiß-Institut.

De acordo com a Portaria alemã, o volume de chorume gerado na base do aterro deve ser reduzido ao mínimo possível. Como consequência, a necessidade de uma cobertura impermeável diária torna-se tema de discussão. Se a cobertura mineral é um tema, deve-se lembrar que a permeabilidade do material do TMB após o aterramento, com uma alta densidade de compactação, deve ser menor que a fração mineral disponível na área. Além dos possíveis custos para a aquisição da fração mineral, compromete-se uma parte do volume disponível para aterramento com a introdução desta na operação.

Uma cobertura composta de geomembranas sintéticas garante que nenhuma precipitação da água pode entrar nos resíduos; entretanto, o manuseio das bobinas é muito demorado. A impermeabilidade da membrana pode levar a uma acumulação de água condensada debaixo das lâminas, levando-se em consideração as diferenças de temperatura entre o corpo do aterro e o ar ambiente (Figura 5). Esta película de água conduz a uma saturação do nível superior da camada de resíduos, o que dificulta a passagem preliminar após o recolhimento da lâmina.

Figura 5 – Saturação de água em materiais de TMB sob lâmina – PE por condensação
Fonte: Technische Universität Braunschweig Leichtweiß-Institut.

Consequentemente, vem a pauta a necessidade de cobertura diária por membrana, onde se discute se ela deve ser suspensa de tempos em tempos para, entre outros motivos, intensificar a evaporação.

Em áreas parciais, onde, por um período mais longo não será aplicada nenhuma carga, deve ser usada uma cobertura formada por uma geomembrana sintética impermeável ou uma membrana semipermeável – o que, entretanto, remonta custos de investimento ainda mais elevados. Somente com este tipo de efeito de evaporação da folha, a membrana poderá ser utilizada e, consequentemente, a oxidação do gás metano, ser assegurada.

Todos os tipos de coberturas precisam de um sistema de drenagem superficial que deve ser orientada no sentido das bermas do talude.

A seleção de dispositivos, como inclinações da superfície etc., devem ser seguidas à risca, com base nas investigações de testes de campo, na qual são consideradas as características dos materiais e as condições climáticas da respectiva localização.

3.2 Características do Chorume

As demandas para as pequenas áreas abertas de aterramento, como altas densidades de aterramento, superfícies lisas e inclinadas, respectivamente, as membranas de PE de cobertura induzem a reduções distintas do volume gerado de chorume com um aumento simultâneo do escoamento superficial, fatores esses, que normalmente não tinham de ser anteriormente considerados em aterros de RSU. Os volumes de chorume emergentes dependem por um lado das propriedades físicas dos resíduos aterrados (por exemplo, o tamanho das partículas do material, a densidade de aterramento, a taxa de infiltração) e por outro lado, da intensidade de precipitação. Em relação à qualidade do chorume, espera-se que as cargas de substâncias indesejáveis nos chorumes e provenientes do escoamento superficial sejam distintamente menores em comparação com a situação dos aterros tradicionais de RSU.

Como consequência, uma adaptação da técnica de purificação das emissões líquidas pode ser necessária. Entretanto, dependendo das condições individuais de cada aterro, a completa ausência de sistema de tratamento de chorume é pouco provável. Experiências relacionadas à qualidade do chorume em aterros sanitários, que tenham sido exclusivamente preenchidos com material de TMB, ainda estão raramente disponíveis. Um grande número de testes de simulação em reatores de aterros com diferentes escalas tem sido realizado desde o começo dos anos 1980, e tem mostrado as tendências fundamentais em relação às emissões de chorume a longo prazo, entretanto, não indicam a situação atual sob essas condições de operação do aterro sanitário. Nos últimos anos, durante a implementação da técnica de TMB, testes de campo vêm sendo realizados nos aterros, a fim de se investigar o desempenho a longo prazo e sob condições locais específicas. A construção e operação de tais campos de teste é descrita em Münnich et al. (2011).

A seguir, o resultado de três anos de monitoramento durante o teste de campo para resíduos de TMB são apresentados.

O material TMB aterrado é o material processado a partir de duas etapas de tratamento biológico (digestão anaeróbia e subsequente estabilização aeróbia), onde todos os requisitos exigidos pela legislação alemã foram cumpridos. Como resultado do tratamento mecânico, o diâmetro máximo dos resíduos é < 60 mm. Em testes preliminares, diferentes equipamentos para o aterramento dos resíduos foram testados e a densidade de aterramento mais elevada deu-se através do uso de um trator de esteiras para espalhar os resíduos na área de disposição, em combinação com um rolo liso para compactação. A utilização de um compactador e um rolo de vibração levaram a densidades de compactação inferiores. As densidades de compactação estão na faixa de 0,67 a 0,88 t/m3 (MS) com um teor de umidade correspondente no intervalo entre 26 – 43% (WS).

As medições feitas nesses campos de teste mostram que a informação quanto ao nível diário de precipitação não é suficiente para descrever a geração de chorume e do escoamento superficial. Altas taxas de precipitação diária só levam ao escoamento superficial se as chuvas acontecerem em curto espaço de tempo e se a saturação dos resíduos já for alta devido à ocorrência de chuvas anteriores. Se a taxa de precipitação diária é alta, mas a intensidade é baixa, mesmo que os resíduos já apresentem um elevado grau de saturação, a maior parte da chuva pode fluir lentamente através dos resíduos. No total, cerca de 60% da precipitação foi identificada como chorume ou como escoamento superficial, no qual, quase 2/3 são medidos como chorume a partir da base.

O resultado da determinação contínua da condutividade elétrica (CE) do chorume da base, dentro da área de teste, é ilustrado na Figura 6. Além disso, a precipitação diária também é fornecida para ilustrar o processo de diluição dos valores de CE. Como era esperado, a influência do TMB neste parâmetro é baixa. Uma tendência no comportamento frente à CE não pôde ser observada neste período, o que demonstra o alto potencial de componentes facilmente solúveis. Além disso, os valores de CE foram medidos de amostras coletadas em diferentes épocas, a fim de se evitar o problema da representatividade das amostras.

As amostras de chorume foram analisadas a fim de se determinar o comportamento químico dos resíduos a longo prazo, de acordo com as condições do aterro. Os parâmetros de pH, EC, DQO, COT, DBO5, NH4-N, NO3-N, e diferentes metais pesados foram analisados.

Figura 6 – Progressão da curva por pluviosidade e condutividade elétrica em chorume
Datalogger  ⇒  Dados
Sample  ⇒  Amostra
Predip.  ⇒  Precipitação
El. conductivity [uS/cm]  ⇒  Condutividade elétrica [uS/cm]
Precipitation [mm/d]  ⇒  Precipitação [mm/d]

Fonte: Technische Universität Braunschweig Leichtweiß-Institut.

A Figura 7 apresenta as concentrações de DQO e NH4-N do chorume da base, do escoamento superficial e dos valores-limites. Os valores mostram que, desde o início, as concentrações são muito mais baixas em relação aos resíduos frescos, encontrando-se em uma faixa típica para aterros de RSU antigos. No início, os valores são – particularmente no chorume na base – altos, cuja razão é que as substâncias que são removidas facilmente são lentamente lavadas pela pequena taxa de fluxo do líquido presente no material de TMB. As concentrações em ambos os chorumes caíram abaixo dos valores-limite depois de cerca de quatro meses.

O aterramento da segunda camada de resíduos conduz a um renovado aumento das concentrações de valores, os quais são parcialmente maiores do que no início. Este efeito é frequentemente observado na prática, pois o material novo depositado possui uma alta quantidade de substâncias facilmente removíveis. A forte diminuição nas concentrações no início de 2011 foi causada pela diluição dos efeitos do derretimento da neve/gelo. O forte aumento da DQO em maio de 2011, coincide com a diminuição do valor de pH, que antes era de 7.0 – 7.5 [-], e agora está 5.0 [-]. Sob estas condições, os metais pesados também puderam ser detectados no chorume, especialmente o zinco, que apresentou as concentrações mais elevadas, de até 2 mg/l.

Figura 7 – Concentrações de DQO e NH4-N em chorumes e no escoamento superficial
A1 Basis – NH4-N  ⇒  A1 Base – NH4-N
A1 Surface – NH4-N  ⇒  A1 Superfície – NH4-N
A1 Basis – COD  ⇒  A1 Base – DQO
A1 Surface – COD  ⇒  A1 Superfície – DQO
NH4-N COD [mg/l]  ⇒  NH4-N DQO [mg/l]
new waste layer  ⇒  nova camada de resíduos

Fonte: Technische Universität Braunschweig Leichtweiß-Institut.

As experiências até então existentes do escoamento superficial mostraram que:
  • O escoamento superficial só ocorrerá após fortes chuvas;
  • O escoamento superficial não pode ser despejado diretamente perto de corpos de água, devido à concentração de substâncias nocivas indesejáveis;
  • Uma grande parte da carga química está ligada às partículas de matéria sólida, de modo que a carga possa ser reduzida consideravelmente por processos simples (por exemplo, sedimentação e filtração). Mas, mesmo assim, as concentrações podem ainda estar acima dos valores admissíveis para a descarga direta. Outros processos passivos mais simples e eficazes em termos de custos, como areia ou filtros de solo ou de uma estação de tratamento operada com plantas verdes, poderão ser usados. O que deve ser observado para cada caso, em particular.
Em relação à qualidade dos chorumes recolhidos na base do aterro de material de TMB, os resultados obtidos em testes de campo mostram que:
  • A geração de chorume na base ocorre também sob baixas taxas de precipitação;
  • Após o aterramento dos resíduos do TMB, as concentrações de substâncias indesejáveis são, na maior parte das vezes, elevadas, e geralmente os valores são maiores do que os valores determinados nos eluatos. Mas os valores máximos, em especial para substâncias orgânicas ou nitrogenadas são, de um fator de cerca de 10 a 100 abaixo dos valores do chorume de RSU fresco, no mesmo período, após o aterramento. As concentrações diminuem muito rapidamente podendo inclusive atender aos limites para lançamento direto nos corpos d'água;
  • A cada nova camada de resíduos, as concentrações podem se elevar em um curto espaço de tempo;
  • O tratamento do chorume ainda é necessário. As técnicas utilizadas devem estar de acordo com as concentrações do chorume, particularmente tendo em vista as cargas orgânicas.
3.3 Emissões Gasosas

O tratamento biológico dos resíduos conduz a uma extensiva estabilização biológica do material a ser aterrado com uma nítida redução da formação de gás após o aterramento. Segundo parâmetros alemães de estabilidade biológica, o potencial de formação de gás residual será em torno de 10 – 45 Nm³/Mg MS.

Em relação aos testes de longa duração com lisímetros, os quais vêm sendo instalados diretamente no corpo do aterro, as emissões de gases dos resíduos provenientes do TMB, sob as condições do aterro sanitário, foram investigadas (LORBER; NOVAK; MÜLLER, 2003). A produção de gás foi iniciada e convertida diretamente para a fase de estabilidade do metano, com apenas um mês após o aterramento dos resíduos. As taxas de produção de gás no início são de 1,5 a 2,2 Nm³/d, a qual diminuiu exponencialmente em apenas seis a nove meses, para 0,15 Nm³/d. Com a medição de um período de quase cinco anos, um total de aproximadamente 12 Nm³/Mg MS foi determinado. Em paralelo, testes com resíduos de TMB que foram reumedecidos resultaram em um potencial de gás de até 26 Nm³/Mg MS.

Em relação aos testes para monitoramento de comportamento a longo prazo do material do TMB após o aterramento, foram realizadas medições do fluxo de gás na superfície do corpo do aterro (HARBORTH et al., 2013a). Os fluxos de gás foram medidos com o uso de câmaras fechadas e não foram detectados CH4 e N2O. Os resultados indicaram grandes diferenças entre os fluxos do aterro antigo com RSU fresco e o aterro com material de TMB (Figura 8). Como a área de TMB foi construída na superfície do antigo aterro, a manta em PEAD foi instalada para evitar a influência dos resíduos antigos no material tratado em questão.

Particularmente, os fluxos de metanos nas áreas com RSU frescos são muito maiores do que àqueles encontrados nas áreas de resíduos de TMB, apesar de que o aterro do resíduo fresco tenha sido encerrado há mais de quatro anos e a área foi coberta com uma camada mineral de no mínimo 50 cm. Os fluxos de N2O também foram muito menores na área de TMB, sendo que foram detectados fluxos muito pequenos de óxido nitroso.

Figura 8 – Fluxos de CH4- e N2O na superfície de diferentes resíduos
Old landfill with MSW  ⇒  Aterro antigo  com RSU fresco
Test field with MBT  ⇒  Área de teste com resíduos de TMB

Fonte: Technische Universität Braunschweig Leichtweiß-Institut.

Medições realizadas em outros aterros sugerem que, após um curto período de tempo da disposição de materiais de TMB, altos fluxos de óxido nitroso podem ser detectados (HARBORTH et al., 2013b). Nos dois casos, os resultados do monitoramento demonstraram que as emissões gasosas não são distribuídas de uma forma uniforme na superfície, entretanto, pontos críticos contendo altas concentrações podem ser indicados – Estes pontos críticos são, antes de tudo, formados por caminhos preferenciais de fluxo ou fendas nos resíduos, onde o gás pode facilmente migrar para a superfície. Devido às enormes diferenças das diversas áreas do aterro, é muito difícil realizar um cálculo do total de emissões.

Em comparação com o aterro de RSU, a quantidade de equipamentos técnicos exigidos para a coleta e tratamento de emissões gasosas são muito menores nos aterros de TMB. A desgaseificação ativa do aterro é causada devido à baixa produção de gás, em um sentido técnico muito complexo e sob aspectos econômicos problemáticos. Os sistemas passivos, como as camadas de oxidação do metano, são adequados para o tratamento dos fluxos inferiores de gás. A oxidação do metano também ocorre em solos naturais, entretanto, com a adição de material compostado o desempenho pode ser consideravelmente mais elevado. O potencial de oxidação do metano em coberturas com solo é de 2,5 até 12 l CH4/m2*h e aumenta para cerca de 4,5 até 70 l CH4/m2*h quando da adição de material compostado à camada de oxidação de metano.

O material composto deve cumprir os seguintes requisitos (LECHNER; HUBER-HUMMER, 2005):
  • Estabilização suficiente da matéria orgânica (RI4: < 8 mg/g DM);
  • Alta porcentagem de nitrogênio estável, mas com baixas concentrações de amônia (NH4-N < 350 mg/kg DS);
  • Porcentagem suficiente de material de volume estável a longo prazo (por exemplo, madeiras com percentagem de pelo menos 5-15% em peso de DS).
Com um potencial de oxidação do metano na faixa de 10 a 20 l CH4/m2*h, o material proveniente do TMB também pode ser utilizado para a camada de oxidação. De qualquer forma, o potencial de oxidação do metano de camadas de recultivação é muito maior que o fluxo de metano proveniente de aterros de TMB, cuja faixa se encontra entre 2,5 e 3 l CH4/m2*h diretamente após o aterramento de resíduos do TMB.

Na diretriz “Camada de oxidação do metano” são fornecidos dados gerais sobre o planejamento e operação destas camadas (ÖVA, 2008).

4 MUDANÇAS ECONÔMICAS

O item anterior mostrou que com a disposição de resíduos provenientes do TBM em aterros, os equipamentos técnicos utilizados para a construção e para a operação do aterro devem ser adaptados à nova forma de operação. As mudanças necessárias não podem ser generalizadas, pois tais alterações dependem da situação local do aterro. Devido ao fato de que os altos custos com investimentos e com a operação do aterro serem dependentes de uma variedade de diferentes condições locais, como padrões técnicos, condições socioeconômicas, tipo de TMB, as comparações de custos por tonelada de resíduo são problemáticas e nem sempre adequadas.

Com base nas metodologias explicadas, em relação às propriedades dos materiais provenientes do TMB, os resultados das mudanças na operação do aterro e nos investimentos, os possíveis aumentos e as respectivas reduções nos preços que podem ocorrer, são mostrados na Tabela 5.

Por conta do potencial de emissão menor do material proveniente do TMB, são necessários menos equipamentos técnicos para a coleta e tratamento do gás e do chorume e os custos de operação também são reduzidos. Entretanto, surgem emissões adicionais como o escoamento superficial, ao qual requer coleta e tratamento. Se uma planta de energia para a utilização de gás de aterro sanitário já estiver em operação, o material proveniente do TMB não irá contribuir para a produção de gás utilizável no futuro.

Para o aterramento do material proveniente do TMB, novos dispositivos podem ser necessários, mas os custos para estes dispositivos, normalmente utilizados na construção subterrânea, são muito mais baixos do que os dispositivos especiais utilizados na disposição de RSU. Com o TMB, a massa de material a ser depositado no aterro é muito menor que o material de RSU, o que consequentemente, por um lado reduz o tempo de disposição, assim como, os custos com equipamentos e com a mão de obra e por outro lado pode prolongar a vida útil do aterro, melhorando a condição de amortização dos investimentos.

Além disso, após o encerramento do aterro, os custos com pós-tratamento, manutenção posterior, remoção de instalações técnicas e monitoramento, são muito menores quando comparados aos aterros de RSU.

Tabela 5 – Possíveis mudanças nos custos durante a operação de aterros de TMB

Modificação
Aumento dos custos
Redução dos custos
Chorume
Talvez seja necessária a cobertura da superfície durante a operação
Sistema de cobertura final mais barata
Formação de superfície de escoamento
Volume menor de chorume na base
Tratamento da superfície de escoamento
Concentração menor de chorume na base Þ menores custos para tratamento
Estabilidade
Menor resistência à tração, por exemplo, taludes menos íngremes Þ redução do volume do aterro na mesma área
Maior densidade de aterramento Þ necessidade de volume menor por tonelada de resíduo fresco
Gás
Não há aproveitamento energético do gás
Menos monitoramento relacionado à coleta e tratamento do gás
Operação
Veículos de transporte adicionais ou containers (+ exigência adicional de pessoal)
Menor necessidade de pessoal e de máquinas no local de aterramento (menor tempo para o aterramento)
Construção de áreas para armazenamento intermediário, eventualmente coberturas
Maior tempo de funcionamento dos motores para o aterramento de pequenas quantidades
Eventual compra de novos equipamentos (por exemplo, um compactador)
Necessidade de menos infraestrutura
Pós-tratamento

Fase de pós-tratamento mais curta e menos intensiva

Fonte: Technische Universität Braunschweig Leichtweiß-Institut.

5 CONCLUSÕES

O tratamento mecânico-biológico dos resíduos resulta em efeitos positivos a longo prazo, tanto na construção como na operação de aterros sanitários. Devido à experiência com a operação de RSU em aterros, pode-se dizer que o comportamento dos resíduos em função da disposição em aterros de resíduos da planta TMB, será fundamentalmente diferente em muitos pontos. A mudança da estrutura dos resíduos a serem depositados no aterro é um ponto decisivo para a modificação do potencial de recalque e na estabilidade.

Através do peneiramento da fração de resíduos de alto poder calorífico, estes representando os componentes de reforço fibroso dos RSU, o material proveniente do TMB perde uma reserva de suporte, o que influencia na estabilidade do corpo do aterro. E como consequência do potencial de emissão – gás e chorume – o material proveniente do TMB é consideravelmente reduzido, e dessa forma, os equipamentos técnicos utilizados para a coleta e tratamento são menos complexos e os custos de operação mais baixos. Por outro lado, podem surgir emissões adicionais como o escoamento superficial, o que irá exigir coleta e tratamento.

O TMB conduz a um ajuste múltiplo dos custos das medidas individuais de operação do aterro sanitário. A fase de pós-tratamento de aterros de TMB devido às baixas emissões, é nitidamente reduzida, em comparação com os aterros de RSU. A longo prazo, os custos de aterros de TMB serão inferiores aos custos de operação de aterros de RSU, especialmente devido ao encurtamento da fase de manutenção posterior após encerramento das atividades do aterro. A operação do aterro deve ser sempre considerada em conexão com o processo TMB, pois as características do material oriundo da planta TMB tem uma significativa influência nas condições de aterramento, determinando intervenções customizadas durante a operação do aterro sanitário de resíduos tratados.

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Uso autorizado desde que citada a fonte e informado via e-mail: gsrsu.br@gmail.com
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Como citar [ABNT NBR 6023:2002]:

MÜNNICH,  Kai; FRICKE, Klaus. Comportamento dos Aterros quando da Disposição de Resíduos do Tratamento Mecânico-Biológico. In: FRICKE, Klaus; PEREIRA, Christiane; LEITE, Aguinaldo; BAGNATI, Marius. (Coords.). Gestão sustentável de resíduos sólidos urbanos: transferência de experiência entre a Alemanha e o Brasil. Braunschweig: Technische Universität Braunschweig, 2015. Disponível em: <https://goo.gl/BE246I>. Acesso em: .
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